18 fevereiro, 2008

CAMA

Ela dorme tranqüilamente, meu coração não consegue. Acaba que tudo fica no lugar. Ela sonhando, o ventilador fazendo barulho, alguns recortes jogados no chão e eu na mesa escrevendo. Ali junto tem uma bola de vôlei murcha, que é minha desde que voou do pátio da escola que fica ao lado de onde eu moro.

Olho para trás, para a cama. Ela está perfeitamente descabelada... Ela fica linda desse jeito. Da mesa a contemplo e escrevo. Da para sentir o seu cheiro, me ligo, ele me chama para perto. É instintivo.

Ela se mexe lentamente, em uma tentativa frustrada de despertar. Há poucos instantes era eu quem tentava pular da cama. As minhas tentativas deram mais resultados. Isso não é fácil de conseguir em um sábado. Dá até para sentir uma ponta de orgulho por tal feito.

Da minha mesa tenho uma imagem dela, uma imagem perfeita. Nenhuma foto poderia ser melhor. Se estivesse dormindo ali junto, perderia essa visão que nenhum sonho poderá alcançar. É o lado bom da realidade.

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